Nova Iorque – Impressões Pessoais

Eu sempre me senti um pouco diferente das garotas da minha idade, e na verdade quem é que nunca se sentiu assim na adolescência?

As minhas amigas queriam ir para a Disney, mas naquela altura da minha vida eu ainda não tinha sido capturada pela magia e não dava muita bola para o Mickey. Eu queria mesmo era ir para Nova Iorque.



Talvez até influenciada pela minha mãe, ou porque o mundo dos adultos me chamava mais atenção aos 15 anos. Quando a série Sexy and The City começou a passar no Brasil, ai que toda aquela vontade de conhecer Nova Iorque começou a tomar forma, pois a série realmente mostrava muito a cidade, suas ruas, restaurantes, bares e para uma garota que acabava de entrar para a faculdade conhecer Nova Iorque ou até ir morar ali perto por algum tempo era realmente um sonho.

Enfim, como o tempo passa depressa para todo mundo, acabei realizando outros sonhos e deixando a visita a Big Apple no caderninho. Para ajudar fui casar com um fanático pela Disney que com muito carinho foi revelando o Reino Encantado para mim e na primeira oportunidade ele me levou para conhecer a Disney e me fazer entender a razão da sua admiração pelo legado de Walt.

Mas como os sonhos jamais podem ser esquecidos, eu sempre tentava convencê-lo a visitar novamente Nova Iorque, para que desta vez, eu pudesse com toda a minha expectativa de menina fazer com que ele ficasse tão animado quanto eu com esta viagem. Como um sonho é bom e dois sonhos juntos são melhores ainda, vi que na época escolhida para a visita a Nova Iorque (agosto) haveria a Elvis Week em Memphis e assim decidimos dividir a viagem na realização de dois sonhos.

Chegamos a Nova Iorque pelo Aeroporto Jonh F. Kennedy, onde a imigração foi tranqüila, demoramos um pouco para encontrar onde deveríamos pegar o carro, pois o aeroporto é imenso.

Por conta da viagem de 18 horas até Memphis com uma parada em Washington, passar por dentro de Manhattan significaria um grande atraso, então só pude vê-la de longe, ou melhor graças os seus arranha-céus, consegui ver um pouquinho do que me aguardava. Depois de conhecer Washington, Charlottesville, Memphis, Graceland e Tupelo, eu poderia já me dar por muito feliz com esta viagem, mas eu estava pior do que criança chegando no Magic Kingdom quando chegamos ao Lincoln Tunnel e quando saímos eu já dava pulinhos e tinha vontade de saltar do carro e andar a pé.

Foi como se eu voltasse a ter 18 anos e melhor eu estava em Nova Iorque com pessoas especiais, e precisava convencê-los que aquela cidade era tudo aquilo que eu sonhava. Por sorte logo ao chegar no hotel deixamos nossas malas, devolvemos o carro e voltamos a pé para o Milford, e até aquele momento eu não acreditava que estava ali.

Já vou contar logo do que eu não gostei, pois só não gostei de uma coisinha, que foi o cheiro da cidade, é um cheiro esquisito, não chega a ser ruim, mas me acostumei logo e com tanto o que ver e viver por ali, não iria ser aquele odorzinho estranho que iria atrapalhar os meus planos.

Uma das coisas que eu mais gostei das pessoas de Nova Iorque é que ninguém está nem ai para a vida alheia. Vejam que isto não significa falta de solidariedade ou preocupação com o próximo, como a série do Seinfield satiriza. O que acontece é que ninguém dá bola para o jeito que o outro vive, ou o julga por conta do seu estilo. Se eu quisesse poderia sair de peruca rosa e toda vestida de laranja neon que certamente quem olharia para mim seriam alguns turistas.

A diversidade das pessoas lá é praticamente infinita, e cada bairro parece ter vida própria, ao mesmo tempo um complementa o outro e os nova-iorquinos adoram inventar novos bairros juntando outros dois ou três mais antigos.

Um dos nossos primeiros passeios para conhecer os arredores do hotel foi ir até o Central Park e depois voltar passeando por tudo até o Times Square. O Central Park se destaca pelo verde em meio ao cinza da cidade e pelo trânsito de carros, carruagens, pedicabs (uns rapazes que te levam em um triciclo que cabem até dois passageiros, ficam espalhados por Midtown), pessoas, e ao fundo aquele verde tranqüilizador daquele parque.

Já o Times Square chama a atenção pela multidão que transita para cá e para lá em qualquer hora do dia ou da noite, principalmente no verão, por suas luzes e pelas lojas, muitas delas enormes, como é o caso da Toys U´rs.

O bom ficar em um hotel bem localizado na primeira visita é que estamos pertinho das principais atrações, aquelas que queremos conhecer no primeiro minuto que chegamos, e assim podemos andar mais a pé do que de metrô, táxi ou ônibus. Aliás, no verão de Nova Iorque, pegar metrô é torturante, pois lá era tão, mas tão, abafado que se alguns lugares não fossem tão distantes eu iria preferir ir a pé, mas quando alguma coisa queria estragar a realização do meu sonho eu pensava que estava em Nova Iorque e valia agüentar a sauna.

Opções de restaurantes não faltam, você encontra a qualquer hora do dia, qualquer tipo de prato que possa desejar, de todos os gostos, bolsos e estão quase sempre lotados.

Se o seu hotel não oferece café da manhã, como a grande maioria dos hotéis não oferece e se você quiser sentir um dia na vida de um nova-iorquino, procure a deli mais próxima para tomar o seu café e entre na fila. As filas não costumam a demorar, porque ali todo mundo tem pressa, porém para quem gosta de um pouco mais de tranqüilidade a dica é encontrar alguns quitutes na Duane Reade mais próxima e tomar o café no quarto do hotel.

Uma das partes mais tristes da viagem certamente foi o dia da visita ao que restou do World Trade Center, por mais que a televisão e os jornais mostrassem imagens do atentado, estar ali vendo a reconstrução de tudo que foi destruído me deu a exata noção de quanto enorme foi grande a área atingida e do desespero que deve ter invadido aquelas pessoas naquele dia e nos dias seguintes. E por conta daquele ato cruel e que vi que o povo daquela cidade apesar de mal se olharem nos olhos, quando é preciso sabe se importar com os outros, pois as homenagens estão sempre ali e nos postos dos bombeiros sempre há uma faixa para lembrar aqueles que morreram tentando salvar os outros.

São tantas coisas que tenho para escrever sobre Nova Iorque, tantas coisas que já aprendi sobre esta cidade, tantas outras coisas que tenho que aprender e conhecer que vou contando a vocês aos poucos, pois quero muito levar este sentimento – esse amor que tenho pela cidade de Nova Iorque – para muitas e muitas pessoas.

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